Bem Vindo

sábado, 26 de novembro de 2011

Brasilândia traça desafios em assembleia pastoral

Brasilândia traça desafios em assembleia pastoral



   
Por Ana Lúcia Contarelli e Daniel Gomes,
pela Pascom Brasilândia


Com a presença de 115 representantes das 35 paróquias e quatro áreas pastorais, além de articuladores das pastorais, movimentos, grupos e novas comunidades, aconteceu no sábado, dia 20, a Assembleia Pastoral da Região Brasilândia, no Colégio Santa Lúcia Fillipini, na Freguesia do Ó.

Após um momento de espiritualidade, conduzido pelas CEBs e por dom Milton Kenan Junior, bispo regional, houve a apresentação dos propósitos da assembleia e dos quatro eixos de ação pastoral propostos: anúncio, liturgia, caridade e juventude.

Posteriormente, os participantes foram divididos em dez grupos de discussão para sugerir iniciativas de projetos pastorais, a partir dos quatro eixos, indicando o que fazer, como, quando, em que momento e com quem.

Um dos focos foi sobre o anúncio pastoral. Os dois grupos que trabalharam a temática apontaram a necessidade de favorecer a ação missionária, convidar, capacitar e enviar os leigos, a partir de uma articulação setorial. Também houve apontamentos para o fortalecimento dos grupos já existentes, com base em cada realidade e com o uso de plataformas digitais.

Em relação à liturgia, destacou-se a formação permanente para leitores e ministros da Palavra e a necessidade de iniciativas para despertar o interesse das pessoas para a liturgia. No tocante às iniciativas de caridade, houve a proposta de levar as pessoas a conhecerem e exigirem seus direitos, especialmente nas lutas por políticas públicas, e sugeriu-se a criação de comissões setoriais sobre o tema, além da valorização da fé e da cidadania.

Outro foco discutido nos grupos foi sobre a educação. Houve a sugestão de que se formem grupos católicos de educação nos setores, que começariam a atuar até julho de 2012, com articulações junto às escolas e paróquias, com o apoio de padres, teólogos, educadores e leigos.

Sobre a atuação pastoral com a juventude, a proposta é que se crie um Centro Regional de Juventude, com terapeutas, teólogos e psicólogos, e se fortaleça o Curso de Dinâmica para Líderes (CDL) e de que haja divulgação do calendário da PJ e do Setor Juventude, além de maior estímulo à Crisma, para a formação de jovens cristãos que sejam comprometidos com a vida, conscientes de suas ações e protagonistas da evangelização.

Após as exposições dos grupos, dom Milton afirmou que alguns leigos e padres deverão assumir as responsabilidades de coordenar e organizar comissões e que já pensa em possíveis nomes. Ele também enfatizou a necessidade de a região investir em formações e que a acolhida é uma atitude missionária.

O bispo sugeriu também que o horário de funcionamento das secretarias das paróquias seja repensado, para atender àqueles que só conseguem ir à Igreja após o horário de trabalho. Dom Milton avaliou ainda que é o CRP que deve articular os trabalhos na região, e informou que até o final do ano padre Jaime Izidoro de Sena seguirá como coordenador regional de pastoral.

Por fim, o bispo disse esperar uma grande sintonia entre as paróquias e os setores pastorais, a região e a Arquidiocese, e que um novo ardor missionário dinamiza a região episcopal na conversão pastoral e missionária proposta pelo Documento de Aparecida.

Confira a íntegra das propostas de trabalho da assembleia regional pastoral em:
http://www.rebra.org.br/site/images/jornais/jornal_informativo_u70AtDPpPz84.pdf
25/11/2011 Publicado por Pascom Brasilândia

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Na festa de Cristo Rei, missa na Sé marca Dia Nacional do Leigo





Fiéis se reuniram na Catedral da Sé, na manhã deste domingo (20), para celebrar a Solenidade de Cristo Rei, que encerra o ano litúrgico, e o Dia Nacional do Leigo. A missa presidida pelo arcebispo de São Paulo, cardeal dom Odilo Pedro Scherer, contou com a participação de representantes das diferentes organizações e expressões do laicato na Arquidiocese.

Leia a carta de Dom Odilo Scherer aos leigos da Arquidiocese de São Paulo


No início da missa, o presidente do Conselho de Leigos da Arquidiocese de São Paulo (Clasp), Edson Silva, falou em nome do laicato arquidiocesano. “É com grande alegria que o laicato desta Igreja presente na cidade de São Paulo, se coloca a serviço da Igreja como discípulos e discípulas missionários de Jesus Cristo”, disse.

Na homilia, dom Odilo ressaltou o significado da solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a partir de sua doação. "Cristo é Rei enquanto doa a vida para humanidade", destacou. Também de acordo com o arcebispo, o reinado de Cristo não pode ser comparado aos reinados da terra. "O Reino de Deus não tem os defeitos que os reinos da terra têm [...]. O Reino de Deus não é realização humana, é dom de Deus", disse.

Dentro desta perspectiva, dom Odilo chamou a atenção para a importância da missão dos leigos na construção do Reino de Deus. "Os leigos prestam um inestimável serviço à vida e à missão da Igreja".

No final da celebração, representantes das diferentes expressões do laicato renovaram seu compromisso com a missão na Igreja de São Paulo. Os leigos acenderam, das velas do altar, pequenas lamparinas, simbolizando o compromisso de serem luz no mundo.


Confira a reportagem completa na

edição de 22/11 do jornal O SÃO PAULO.


(Foto: Luciney Martins)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

LEIGOS E LEIGAS NO PROTAGONISMO DA EVANGELIZAÇÃO

OLHAR EPISCOPAL - EDIÇÃO 15
LEIGOS E LEIGAS NO PROTAGONISMO DA EVANGELIZAÇÃO

Por dom Milton Kenan Junior


A expressão não é nova, ela surge na Conferência de Santo Domingo (1992): “Que todos os leigos sejam protagonistas da Nova Evangelização, da promoção humana e da cultura cristã.” (n.97) (...) “Um laicato, bem-estruturado com formação permanente, maduro e comprometido, é o sinal de Igrejas Particulares que têm tomado muito a sério o compromisso da Nova Evangelização.” (n.103).

Hoje, talvez, precisássemos recuperar a intuição que o Episcopado Latino-americano assumiu, na Conferência de Santo Domingo, quando fala do “protagonismo dos leigos”; embora na Conferência de Aparecida essa expressão não apareça nenhuma vez. Falar de protagonismo, é falar do lugar de importância que os leigos têm na ação evangelizadora, é falar do seu papel insubstituível, imprescindível, na transformação da realidade que vivemos, marcada pela exclusão e pela violência.

Os leigos são protagonistas, afirmaram os bispos em Santo Domingo, ou seja, são os agentes principais no esforço da Igreja em dialogar com o mundo e apresentar os valores do Evangelho num tempo de tantos contra-valores.

Nesse sentido, o Documento de Aparecida e agora o das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil, DGAE 2011-2015, ressaltam dois princípios de grande valor e importância.

O primeiro princípio é o da corresponsabilidade. Leigos e Leigas devem participar, como sujeitos, com vez e voz, na elaboração dos programas pastorais, nos centros de discussão e decisão nas Igrejas Particulares. Referindo-se ao projeto pastoral da Diocese, o Documento de Aparecida afirma: “Os leigos devem participar do discernimento, da tomada de decisões, do planejamento e da execução.” (n.371).  Não podem, portanto, verem reduzida a sua participação apenas ao momento de encaminhar e realizar os programas, mas sentirem-se participantes desde o início, por força da sua condição de cristão batizado, habilitado pelos sacramentos do Batismo e da Confirmação, a participar plenamente da vida da Igreja.

É ainda o Documento de Aparecida que esclarece: “A evangelização do Continente, dizia-nos o papa João Paulo II, não pode realizar-se hoje sem a colaboração dos fiéis leigos. Hão de ser parte ativa e criativa na elaboração e execução de projetos pastorais a favor da comunidade. Isso exige, da parte dos pastores, maior abertura de mentalidade para que entendam e acolham o “ser” e o “fazer” do leigo na Igreja, que por seu batismo e sua confirmação é discípulo e missionário de Jesus Cristo.” (n.213).

As DGAE 2011-2015 ressaltam: “Os leigos, corresponsáveis com o ministério ordenado, atuando nessas assembleias, conselhos e comissões, tornam-se cada vez mais envolvidos no planejamento, na execução e na avaliação de tudo que a comunidade vive e faz.” (n.104.c).

O segundo princípio é o da missão. Os Documentos do Episcopado Latino-americano afirmam exaustivamente que o campo específico da ação dos leigos e leigas é o das realidades onde vivem e trabalham, ou seja, é o mundo da família, do trabalho, da cultura, da política, do lazer, da arte, da comunicação, da universidade etc.

Em função disso, “a formação dos leigos e leigas deve contribuir, antes de mais nada, para sua atuação como discípulos missionários no mundo, na perspectiva do diálogo e da transformação da sociedade. É urgente uma formação específica para que possam ter incidência significativa nos diferentes campos, sobretudo ‘no vasto mundo da política, da realidade social e da economia, como também da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional, dos meios de comunicação e de outras realidades abertas à evangelização’ (EN 70).” (DAp 283).

As DGAE 2011-2015 incentivam a participação social e política dos cristãos leigos e leigas nos diversos níveis e instituições, nos Conselhos de Direitos, em campanhas e outras iniciativas que busquem efetivar a convivência pacífica, no fortalecimento da sociedade civil, e de controle social. Destaca também a participação na busca de políticas públicas que ofereçam as condições necessárias ao bem-estar de pessoas, famílias e povos; e a formação de pensadores e pessoas que estejam nos níveis de decisão evangelizando com especial atenção e empenho. (cf. n.115-117).

Entre os diversos espaços em que a presença dos leigos e leigas, hoje, é imprescindível destacam-se: o mundo universitário, o mundo da comunicação, e a presença pastoral junto dos políticos e formadores de opinião no mundo do trabalho, dirigentes sindicais e comunitários (n.117).

Há, portanto, no pensamento dos bispos latino-americanos e brasileiros uma condição e uma exigência para o protagonismo dos leigos. A condição é de que leigos e leigas possam ocupar o lugar que lhes cabe na vida das comunidades, sentindo-se, de fato, como sujeitos corresponsáveis na elaboração e realização de projetos e programas de evangelização. E a exigência é a sua atuação evangélica nas realidades onde vivem e atuam, para que à semelhança do fermento possam levedar toda realidade humana com a força do Evangelho.

Este é o grande desafio que hoje não só leigos e leigas enfrentam, mas todo o corpo eclesial: superar o conceito de leigo como inferior, subalterno e destinatário da ação evangelizadora; e formar leigos e leigas para que possam, nas realidades que lhe são específicas, agir como agentes eclesiais, discípulos missionários de Jesus Cristo.

Ao falar do protagonismo dos leigos é indispensável falar de verdadeira conversão pastoral, como é proposta pelo Documento de Aparecida, no espírito da comunhão e libertação (cf. n.368), ultrapassando uma pastoral de mera conversão para uma pastoral decididamente missionária (n.370). 

Oxalá leigos e leigas possam exercer seu protagonismo na vida de nossas comunidades eclesiais e assumirem com renovado entusiasmo sua missão nas realidades onde, na sua maioria e na maior parte do seu tempo, estão. Isso exige coragem! O Espírito de Deus certamente não lhes faltará!
 
Dom Milton Kenan Junior
Bispo Auxiliar de São Paulo
Vigário Episcopal para a Região Brasilândia
Blog - http://kenanepiscopal.blogspot.com